segunda-feira, 23 de abril de 2007

O SOL E O VENTO

Princesinhas
Beatriz
Catarina




Inês


Estando os dois a conversar, o vento e o sol, falavam de suas funções. O vento dizia ser poderoso e mais útil porque refrescava a terra e todos os seus habitantes. O sol dizia que era ele o mais poderoso e o mais útil, pois, além da claridade, aquecia a tudo e a todos. O vento discordava: - Imagine! Você queima e resseca tudo. Faz a água desaparecer dos lagos, rios e riachos e os homens e os bichos passam sede. - Deixa de tanta falação, amigo vento – exclamou o sol -, você, quando fica nervosinho, sai arrasando tudo sem se importar com nada. Eu o conheço muito bem! - Você está dizendo que sou violento e que por isso não sou tão útil? – Perguntou o vento já mostrando o seu gênio. A lua, que assistia àquela discussão, resolveu interferir antes que o vento ficasse muito zangado e se transformasse num furacão. - Dá licença – disse ela timidamente -, eu ouvi, sem querer, a conversa dos dois. Se me permitem, eu gostaria de dar a minha opinião. - Licença dada, dona lua! Qual dos dois é o mais poderoso e o mais útil? Quem perguntou foi o vento. A lua, pigarreando para limpar a garganta, disse: - Os dois são poderosos e úteis mesmo que, de vez em quando, exagerem em suas obrigações. Em minha opinião os dois deviam fazer o seu trabalho com amor e não perder tempo com discussões bobas. A natureza espera por vocês. Dizendo isto, a lua foi dormir deixando o sol e o vento pensando que se Deus os criou é porque realmente eles são de grande utilidade. Mas não pense, meu neto, que parou por aí a disputa dos dois. Segundo contou o titio Esopo, aquele da fábula da raposa e o cacho de uvas, os dois continuaram a discutir por muito tempo até que o vento, cansado, propôs o seguinte: - Está vendo aquele homem na estrada? Quem tirar a roupa dele primeiro é o mais poderoso. - E que utilidade tem em tirar a roupa do homem? – Perguntou o sol já rindo da mancada do vento. - Agora vamos só testar o nosso poder, a nossa força, a utilidade vamos discutir em outra ocasião. – Respondeu o vento. - Tá bom! Comece você. – Disse o sol. E o vento começou a soprar com toda a sua força. O homem se agarrava com uma mão a um galho de árvore e com a outra segurava o seu casaco para que não fosse levado pelo vento. O vento redobrou a sua força, mas o homem resistia. O sol ria, ria tanto que o vento gritou: - Quer parar! - Amigo, você está fazendo tanta força para quê? Veja como eu tiro a roupa do homem sem precisar fazer este escândalo que você está fazendo. – Disse o sol. E o sol começou a brilhar e foi aumentando o seu calor. Quando estava no meio do céu o homem suava tanto que, não agüentando mais, tirou as roupas. O sol então gritou: - Viu, você viu! Não precisei de violência, só persuasão. Portanto eu sou o mais poderoso. Eu tenho o podeeeeeeeeeer! O vento ficou murchinho e se transformou numa suave brisa para aliviar o calor que o homem sentia. - Puxa, vovó, é legal. Será que eles ainda discutem? Eu gostaria de ler o livro. Você tem o livro do tio Esopo? – Perguntou o menino. - Sim, meu querido. Ele é todo seu. – Respondeu a vovó indo para o seu quarto em busca do livro de fábulas que a encantara quando era uma menininha.
Maria Hilda de J. Alão.

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